Depoimento da experiencia do Pr Juvanio e família desde o Brasil até Estados Unidos
O ano de 2008 foi um período de muita busca de Deus, foi um tempo de dedicação à Igreja do Arvoredo, foi também o ano que Deus me deu de presente, a minha querida filha Jullyane, filha esta que a princípio foi gerada na esfera espiritual.
No início do mês de março, numa segunda-feira ao chegar em casa após um culto super avivado na sede do ministério, encontrei a minha esposa em casa sentindo algumas dores e náuseas, de imediato gritei um ALELUIA com todo gosto, deixando até mesmo ela perplexa, pois, dizia que eu estava glorificando a deus pelo sofrimento dela só pelo fato de não ter ido ao culto, eu a interpelei dizendo que a minha alegria não era pelo sofrimento dela e sim pelo que estava sendo gerado no seu ventre. Naquele momento ela ficou pálida e começou a chorar.
No dia seguinte logo nas primeiras horas fomos a farmácia comprar o teste de gravidez, retornando para casa oramos e fizemos o teste que deu positivo. Foi um momento maravilhoso para a família até o Mathews estava regozijado, a todo momento ele dizia com alegria que iria ter um irmãozinho e se chamaria Thiago. Liguei pra todos os familiares contando a boa nova a convicção era tanta que passei e-mails pra todos os amigos. A Daiane para confirmar comprou outro teste e par surpresa dela foi positivo também.
O Bebê
Depois do resultado feito pelos testes da farmácia fomos a uma clínica do bairro fazer um ultra-som para poder visualizar melhor aquele ser que estava sendo gerado. Que maravilha ver aquele embrião no ventre da minha esposa. Estávamos todos diante do monitor que apresentava para nós o novo membro da família, o Mathews ficou todo empolgado perguntando se ele seria irmão dele.
Despertou-se em mim o desejo de que aquele bebê, que até então ninguém sabia o sexo nascesse na Terra do tio Sam, nos Estados Unidos da América, por conta disso passei a levantar-me nas madrugadas e pedir a deus o privilégio de alcançar essa bênção. Todos os dias eu pedia a Deus que abrisse as portas do visto americano, que concedesse a minha esposa e ao Mathews o tão sonhado e cobiçado visto de entrada na maior potência do mundo. Todos os pastores amigos sabiam do meu propósito e por isso oravam pelo meu propósito.
Tudo corria bem com a gestação de Daiane e no quinto mês já sabíamos que seria uma menina. A princípio dei o nome de Rebeca, depois especulou-se chamar Rute, depois Ester e até mesmo os nomes das duas avós juntos, Lourdes Palmira, porém a decisão veio depois de algum tempo pela mãe, alegando ela que deixou a meu critério o nome do primeiro filho e que a nossa filha se chamaria JULYANE pois seria a junção dos nomes Juvanio e Daiane o JU do prefixo de Juvanio e ANE do sufixo de Daiane, já as letras “LL” e “Y” eram em homenagem ao pais que pela fé seria o país de nacionalidade da criança.
O visto
A Daiane já havia tentado o visto por três vezes antes da gravidez e sempre foi negado, os oficias do consulado americano nem a deixava se expressar e justificar o motivo da ida a USA, mas algo sobrenatural estava acontecendo conosco, criamos piamente de que desta vez DEUS iria intervir nesse processo.
Marcamos a entrevista para o dia 20 de setembro de 2008 em Brasília. Ficamos numa ansiedade tremenda, sabíamos que aquela ansiedade não agradava ao Senhor.
No dia 19, um dia antes da viagem de Dai para Brasília, fizemos uma prova com Deus, pedi a Ele que nos mostrasse se era realmente da vontade dEle que a Daiane viajasse, pois não tínhamos condições alguma de gastar e sermos decepcionados, ainda mais que já estávamos no sétimo mês de gravidez. Não tínhamos outra oportunidade, não havia possibilidade de adiarmos mais, as empresas aéreas não se responsabilizam no embarque de grávidas após o sétimo mês, pois os riscos para um aborto em pleno vôo eram eminentes e por outro lado os Estados Unidos também é criterioso com as questões de imigração e para eles a Daiane era uma imigrante em potencial, ainda mais que estava levando o passaporte de Mathews e de quebra o meu pai com 76 anos também marcou a entrevista para o mesmo dia e horário.
Na fila do consulado todos (Espírito de Sambalate e Tobias) que se aproximavam tentavam desmotivar a Daiane dizendo que era loucura dela com aquela barriga enorme tentar o visto para USA. Aquelas pessoas estavam sendo usadas pelo diabo para tirar a fé, pra trazer desesperança mas a daiane a todo tempo dizia que maior era o Deus a quem ela servia. O que aquelas pessoas não sabiam era que a Daiane além de grávida de sete meses estava levando na bolsa o passaporte de Mathews e do lado de quebra estava o sogro,meu pai com 76 anos. Pelos olhos humanos era impossível a liberação do visto, tudo estava contra a Daiane, ela era uma imigrante em potencial, qualquer comentário na gabine do Oficial do Consulado seria dispensável diante de tão grande evidencia; barriga e passaporte de Mathews, o argumento era lógico Ela estaria tentando os vistos para imigrar ilegalmente a USA.
Antes de Daiane ser chamada pelo oficial de imigração para ser entrevistada, ela pode ver aquelas pessoas que duvidaram tanto da possibilidade dela serem barradas e tendo os vistos negados, ela confessa que em algumas vezes acreditou nas palavras proferidas contra seu visto, mas nos momentos de fraqueza de pensamento ela clamava por socorrer aquele que faz aparecer aonde não existe e faz desaparecer o existente e não foi diferente, quando ela foi chamada para ser entrevistada, o grande DEUS segou o oficial de tal forma que só fez perguntar qual era o destino e mandou que pagasse a taxa de envio dos passaportes. Deus operou o milagre da invisibilidade, o oficial não enxergou a daiane na forma real dela.
Viajando a USA
Dia 17 de setembro de 2008, a daiane estava viajando para USA sozinha, a minha estratégica era primeiro ela viaja, eu ficaria o final do mês de setembro e todo o mês de outubro no Brasil para aguardar as eleições municipais, providenciaria dar rumo aos m e para juntar um pouco mais de dinheiro, entretanto depois de uma noite sem a Daiane em casa e o Mathews perguntando pela mãe eu perguntava a Deus se valeria a pena ficar esse tempo tão longo longe da minha esposa que por sinal precisaria de mim por conta da gravidez, nesse momento aumentou a depressão no meu coração e algo me dizia, larga tudo pega seu filho e vai. Não pensei duas vezes, comprei as passagens minha e de Mathews, dei todos os meus móveis e roupas e embarquei para USA somente com uma mala de mão.
A viagem foi uma benção tudo correu bem,Mathews nada sofreu com a pressão e nem enjôo. Saímos no vôo das 07h25m da manhã, chegamos as 18h em New York.
Em New York
Em new York pegamos um táxi e fomos direto pra a Ilha de Mahattan, lá encontramos com a Daiane que estava hospedada na casa da nossa amiga Marlene que era namorada do meu irmão Edvaldo. Tudo estava correndo muito bem, parecia que estávamos num pedacinho do céu. Saímos, passeamos, levei a Daí para fazer todos os exames médicos de pré-natal. O atendimento no Metropolitan Hospital de New York era de excelência, o tratamento foi de honra. O que eu não sabia era que Deus estava cuidando dos meus para que Ele próprio pudesse me levar ao meu deserto.
Em Filadélfia
Depois de um período em New York, aceitei o convite de uma irmã querida para irmos a Filadélfia. Não hesitei ao convite e logo estávamos lá. Fomos recebidos com honras na igreja da irmã, o pastor nos abraçou, nos abençoou, fomos colocados num apartamento abençoado e todo mobiliado, constantemente éramos convidados a almoçar e a visitar casas de irmão como eu havia dito; o que eu não sabia era o que Deus estava preparando para mim,não sabia que Deus queria me colocar no deserto para ser afligido. Meus amados, como me arrependo de ter crido que os irmãos daquela igreja me colocaram na aflição. Não, não foram os irmãos,não foi essa irmã que me convidou. O próprio Deus provocou tudo para que eu encontrasse o propósito dele na frente para que eu fosse preparado para a obra que ele iria me confiar.
Após 20 dias em 30 de outubro de 2008 numa quinta-feira que antecedia o tão famoso e demoníaco HALLOWEEN americano, estávamos em nossa residência na Filadélfia, por volta das 06hs da manha, as esposas levantou-se da nossa cama, após uma longa noite refletindo sobre tudo que vem ocorrendo conosco nesta fase dos Estados Unidos, e foi caminhar nas gélidas ruas dos arredores onde nenhuma alma vivente caminhava, fazia uns 5º graus e havia nevado no dia anterior. Ela levantou-se para conversar com Deus e não queria que eu participasse dos seus clamores e lamentações. No retorno ao apartamento me levantei e fui ter com ela, a mesma desabafou comigo e disse que esfriou a mente com Deus.
O dia seguia seu rumo sem nenhuma mudança até que por volta das 10h o telefone toca e quando atendi era a Mari que perguntava onde estávamos, depois de darmos as informações que ela indagou passei a contar tudo que estava ocorrendo conosco, de imediato ela nos disse que voltássemos para New York e ao chegarmos ligasse, pois poderíamos ficar uns dias na casa dela, em seguida liguei para meu irmão Edvaldo e pedi que fosse nos buscar pois estaríamos indo para a casa de Mari conforme as palavras dela.
A Mari era uma amiga americana que esteve no Brasil a nosso convite e dizia ser alguém muito caridosa e prestativa.
Meu irmão chegou por volta das 03h30minh da tarde, já havíamos arrumado todas as malas e sem perder tempo partimos em direção a New York, aparentemente tudo estava correndo bem.
1º Dia Em Nova Yorque
A Viagem de volta transcorreu bem, paramos para lanchar, conversamos bastante e por volta das 6 da tarde chegamos a New York, fomos direto para o Bronx onde meu irmão tem uma garagem alugada na Avenida Zerega. Quando tudo aparentava esta bem e sobre controle, começa a segunda parte do tormento da angustia do sofrimento a qual DEUS me faria passar. Ligamos para a Mari conforme orientação dela mesma e para surpresa nossa o telefone não atendia, por varias vezes ligamos e ela não retornava.
Lembrei-me do Amigo Pedro que por duas vezes esteve no Brasil visitando e ficou hospedado em nossa casa porem surpreendentemente recebi a informação de que não poderíamos ir ate a casa dele, pois estaria trabalhando e somente estaria disponível na semana que iria entrar e mesmo assim ele iria a nosso encontro e não nos a casa dele. A tristeza abateu o nosso coração, toda a historia que havíamos passado juntos no Brasil veio como um filme em minha mente a vontade que dava era de chorar.
A nossa angustia aumentava, já era 7 da noite, eu meu filho e minha esposa estávamos sujos, precisávamos nos banhar, a Dai no seu oitavo mês de gestação precisava ter um lugar para descansar as pernas. Nada estava se encaixando, tudo dava errado, meu irmão desempregado, uma jovem amiga de nome Lia entrou numa cilada do inimigo e teve de sair do apartamento que havia alugado e foram morar com a irmã, todas as pessoas que poderiam nos socorrer estavam sendo afligidas também me senti em pleno barco a deriva com o leme quebrado e a tempestade querendo afundá-lo, era o cenário de Jonas quando fugiu de Nínive aonde iria levar a mensagem de Deus. Iiguei para vários outros amigos e nenhum pode nos ajudar, diziam que tinha visita em casa, outros diziam que estavam para viajar, terrível ouvir aquelas desculpas.
O cansaço ganhou de nós e depois de rodarmos alguns lugares, fomos dormir num MOTEL na cidade de White Plain, meu irmão conseguiu com a nossa amiga uma ajuda e pagamos o Motel, aquela noite foi terrível, pois só tínhamos alguns biscoitos, uma garrafa de água e uma de chocolate, por conta disso optei em ficar com fome. Não sabíamos o que seria do dia seguinte. Eu não conseguia orar, não conseguia ler a Bíblia e fazia com que a minha esposa pensasse que tudo estava no controle, eu não queria deixá-la preocupada.
2º Dia Em Nova Yorque
Fomos acordados por volta das 08 da manha por meu irmão que também não teve uma noite em paz preocupado com a nossa situação. Saímos do Motel, passamos na cidade de Monte Vernon procurando algum Basemente ou Kitinet para alugar. Na verdade nos procurávamos alguém que facilitasse, pois não tínhamos dinheiro para nada. Depois de muito rodar entramos numa famosa padaria brasileira para lanchar, lá eu vi um jornal evangélico de nome O MENSAGEIRO, se tratava de uma publicação que circulava em alguns estados com a intenção de apresentar ao publico brasileiro os endereços e programações das igrejas e evangelizar. Peguei um exemplar dele e levei comigo, era de graça e não custava nada ler algo para refrescar a cabeça. Não sabendo eu que Deus estava tomando a direção da nossa situação.
Mais uma vez passamos o resto do dia todo na Zerega sem ter o que fazer. A tarde decidir ligar para alguns pastores que faziam parte do meu site de relacionamento, todos me fecharam a porta, havia um deles que por varas vezes nos convidou para irmos ter com ele, que esse negócio era de Deus, que precisava de mim para auxiliá-lo na igreja, que já estava orando por esse encontro e bla bla bla... Quando liguei pra ele contando que precisava de uma estadia temporária, o mesmo mandou que eu ligasse para a esposa, pois ela teria uma solução pra mim, de imediato liguei pra esposa dele e com todo otimismo contei o que estava acontecendo, qual foi a minha surpresa? Fui informado que na casa dela tem visitas e não poderia nos receber nesta momento, uma tristeza maior ainda me abateu. Como eu já falei, eu não conseguia orar, não lia a Bíblia e nem conseguia me sintonizar na situação.
O dia parecia que não acabava, toda hora olhávamos para o relógio e Celular para ver se alguém havia ligado. Continuamos a tentar contato com a Mari pois pensávamos que poderia ter acontecido algo no dia anterior e por isso a mesma não pode nos atender, mas estávamos errado, o telefone continuava sem atender.
O meu irmão agindo pela emoção passou a perguntar-me cadê meu amigos americanos que eu recebi no Brasil e tratei como rei, meus irmãos em cristo, as autoridades do Brasil no meio político, cadê os pastores e por final perguntou: ONDE ESTA O TEU DEUS!? Aquelas palavras me emudeceram, pude ver ali o inimigo dizer da mesma forma que a esposa de JÓ disse a ele: AMALDIÇOA O TEU DEUS E MORRE JÓ! Nada respondi ao meu irmão, ele estava acompanhando tudo e vendo como os pastores me fechavam a porta entretanto com essas palavras fiquei mais humilhado ainda.
A noite chegou, a fome estava demais, a nossa amiga Lia chegou para compartilhar conosco do sofrimento.
Noite de HALLOWEEN
Essa era o dia de Halloween nos Estados Unidos, 31 de outubro. As crianças na rua vestidas de fantasmas, bruxas, demônios, diabinhos e etc. somente faziam com que eu pudesse contemplar o diabo rindo de mim, era como um insulto, provocação do diabo, zombaria. Naquela tarde meu irmão soube pelo vizinho que teria uma casa para alugar na rua atrás da zerega, logo fomos lá e na porta estava o numero do celular do proprietário, o mesmo foi consultado e informaram que o responsável somente estaria lá às 19h. Ainda era 15h, fomos a uma lanchonete em convite feito por Lia, à fome já tinha passado pois nada havíamos comido durante o dia. Próximo a lanchonete tinha uma loja que comprava OURO, fiz o orçamento da minha aliança de casamento e a vendi pela bagatela de $ 50.00 (cinqüenta dólares). A Daiane chorou muito, mas eu não tinha outra opção, precisava ter um dinheiro par qualquer emergência. O olhar que Daiane me fez parecia que suplicava para que eu não fizesse jogo com a aliança, pode parecer besteira, mas, esta com a aliança representava muito no pensamento de Daiane.
O dia foi verdadeiramente de angustia, passamos mais de duas horas em frente a casa aguardando o proprietário para tratarmos do aluguel, quando o mesmo chegou ouvimos dele um tremendo NÃO, pois não alugava a casa para família com crianças, pois já havia tido experiências em outras épocas e não queria repetir a dose. Mais uma vez fomos ao fundo do poço.
2ª Noite no Motel
Fomos para o Motel no final do Bronx, era um inferninho, tudo dentro dele tinha a cor vermelha; tapete vermelho, parede vermelha, cama vermelha, colcha e lençóis vermelhos, teto vermelho, enfim, tudo era vermelho. Quando meu irmão me colocou no Motel disse pra mim que o Metro ficava de um lado, a Mak Donald do outro e que eu me virasse, pois ele já havia esgotado toda a sua paciência. Ao ouvir essas palavras o desespero tomou conta de mim, eu perguntava a mim mesmo o que seria daqui pra frente, o que eu faria sem o apoio de meu irmão, era a ultima pessoa de quem eu esperava ouvir essas palavras.
Dentro do quarto do Motel sentei-me na cadeira em frente a mesa com a Bíblia e o Jornal O MENSAGEIRO e fiquei olhando fitos para ela sem tomar uma atitude. O meu filho me toca por trás dizendo que esta com fome e pedi-me feijão, macarrão, arroz e carne, mas no entanto somente tínhamos biscoito e achocolatado, meus olhos encheram de lagrimas. Eu não podia atender um pedido tão simples do meu filho.
Eu ficava pensando e me perguntando o porquê disso tudo, por que Deus esta permitindo tudo isso, Essa DOR não vai ter um fim. Nenhuma resposta chegava até a mim. A minha esposa sensível a Deus e sentindo a minha aflição me tocou por traz e propôs fazermos um culto doméstico, eu estava desanimado e sem forças para nada, pedi que ela iniciasse com louvores e assim ela fez. O hino de Fernanda Brum intitulado “Espírito Santo” foi o que ela cantou, aquela canção entrava na minha mente como uma oração. Eu nunca havia ouvido uma canção com aquela letra, para mim foi tremendo pois eu não estava conseguindo orar e nesse hino eu pedidos ao Espírito Santo pra orar por mim.Os louvores passaram a entrar na minha alma e liberando uma unção que foi me desprendendo, foi me libertando daquela angustia, foi liberando meu espírito para poder entrar em sintonia com Deus, apos o louvor pude abrir a minha boca e com brados e gemidos falei com Deus, clamei, lamentei, chorei, perguntei a ele o porquê daquilo tudo. Deus usou a Daiane para pedir-me que lesse uma mensagem bíblica e Ela me fez abrir no Salmo 55, que mensagem tremenda, tudo que estava acontecendo comigo se retratava naquela mensagem, o meu coração se encheu da presença de Deus, pude ver Deus me colocando no colo e fazendo carinho, depois da mensagem lida eu pude abrir o meu coração e chorar de alegria, foi um regozijo maravilhoso, quando olhei para traz a minha esposa e meu filho Mathews de dois anos e 10 meses estavam de joelho e cheios de Deus.
A resposta de Deus
Já era por volta das 22h40min quando tornei a orar a Deus pedindo que nos mandasse um anjo para nos socorrer, naquele momento eu já estava cheio da presença de Deus, a minha fé era tanta que estava comigo o desejo de estar com Deus, já não estava passando mais pela minha mente as privações, os sofrimento,as angustias que estávamos sendo assolados.
Olhei para a mesa e vi o jornal O MENSAGEIRO, peguei-o e pedi a Deus que o primeiro pastor a quem eu ligasse naquele momento seja o enviado dEle para nos socorrer.Orei com fé, era uma convicção tremenda da resposta de Deus. Abri o Jornal na pagina da Igreja da Fé, liguei para o primeiro numero e caiu na secretaria eletrônica, o pastor cantava uma linda musica que marcou a minha adolescência espiritual; “PORQUE ELE VIVE, POSSO CRER NO AMANHA, PORQUE ELE VIVE TEMOR NÃO HA...!” Aquela musica soou com alento nos meus ouvidos, liguei para o outro numero da Igreja e o pastor atende com uma calorosa A PAZ DO SENHOR JESUS em português, quando eu me identifiquei sendo pastor e da Bahia, automaticamente o pastor cortou a minha fala perguntando-me se eu conhecia a Missionária Eunice da Bahia, pois ele a ajudava no ministério com uma quantia mensalmente, naquele momento bateu um calafrio no meu corpo e arrepiei todo, perguntei ao pastor se a missionária seria a Pastora Eunice Miranda do Bairro de Brotas e ele confirmou, depois perguntei se tratava da Pastora Eunice que há um ano havia perdido seu filho maias velho para a violência da Bahia, ele disse que sim e perguntou se eu conhecia, eu logo o respondi que a conhecia sim pois se tratava da tia da minha esposa.
Nesse momento a Daiane se maravilhou e juntos começamos a dar Glórias a DEUS dentro do Motel, o pastor perguntou o que estava acontecendo conosco, passei a contar-lhe tudo que passamos, ele disse que ficássemos tranqüilos pois Deus já estava agindo e dali pra frente nada mais nos faltaria.
O pastor Marcos Nascimento marcou para nos pegar pela manha e como ele prometeu cumpriu, nos levou para sua casa, nos tratou, nos deu honras, nos deu moradia, nos alimentou e nos colocou em posição de destaque na igreja da Fé. Aleluias, Deus tirou as nossas vestes de tristezas, usou uma Igreja pequena para confundir as grandes. O mais interessante era que o Pastor estava de viagem marcada para o Brasil e humanamente falando não teria condições alguma de assumir responsabilidades naquele momento, mas uma Igreja quando vive no amor da igreja primitiva não pode desamparar qualquer que seja aquele que bate em sua porta.
O Pastor Marcos estava com passagem marcada para o Brasil na quarta-feira seguinte. Ele viajaria com a esposa Sandra e o Neto Calebe para visitarem familiares e alguns ministérios que são apoiados pela IGREJA DA FÉ. De maneira ordeira e orientado pelo Espírito Santo o pastor nos colocou em um basement, fez compras e viajou com a orientação de que qualquer coisa eu ligasse pra ele no Brasil.
Deus nos colocou em situação de Dupla honra, pude tomar a frente dos trabalhos da Igreja no período da ausência do líder, foram momentos de muita devoção a Deus e ministração do Espírito Santo em minha vida. Fizeram surpresa no aniversário de Daiane, comemoraram o aniversario de Matrhews, fizeram o chá de bebe da Jullyane, e em todos os cultos sempre havia benção para nós. A Igreja da Fé nos abraçou, nos fez ter valor,nos fez enxergar o quanto Deus nos ama.
Os membros da Igreja da Fé, a todo o momento ligavam para a Daiane perguntando o que faltava para a criança e pra ela. Deus tocava no coração dos irmãos para nos ajudarem e no coração dos empresários pra nos darem trabalhos. Aleluias, Deus estava fazendo a Obra dEle em nossa vida e mostrando que quando ele quer é assim nos fazendo ver que mesmo passando por adversidades ele está de olhos voltados para nós e não nos deixa sofrer a mais que possamos suportar.
Muitas das doações deixamos para outros irmãos sem falar das que trouxemos ao Brasil e demos para as pessoas que precisavam.
Chá de bebê
Dia 07 de dezembro foi a data marcada pelos irmãos para o Chá de bebe, a Daiane naquele dia iniciou o processo de parto, ela tinha contrações de 30 em 30 minutos, pra mim era ótimo, pois, todos queriam ver aquela carinha linda que aparecia somente nos ultrasons. Entretanto o Fator de ser dia de festa me deixou preocupado e orei a Deus para adiar par a segunda-feira o nascimento da Jully, que maravilha, a minha oração foi ouvida e pudemos recepcionar os irmãos no basemente da igreja. Cada irmão fez um prato de alimento para abrilhantar a festa. Foi uma benção, pudemos contar com a presença de todos os irmãos e amigos.
No dia seguinte a daiane passou a ter contrações de 20 em 20 minutos, tudo indicava que a qualquer momento a criança nasceria. Me lembrei que era segunda-feira e naquele dia como sempre haveria culto no lar de um irmão e nesse dia em especial era na casa da irmã Hulda, a anciã da Igreja da Fé, seria uma grande oportunidade de agradecer a irmã o carinho que a mesma sempre dispensou a minha família e por outro lado era a casa de irmão mais próxima da minha, daria para ir andando, como de fato fui.
Durante todo o dia não sair da perto da Dai por conta das contrações, orei a Deus para segurar mais um pouco vinda do bebê pois eu desejaria muito esta presente no culto da irmã Hulda. Deus honrou e pude compartilhar mais uma vez com os irmãos num culto doméstico, a mensagem trazida pelo Pr Marcos foi um benção, dizia da questão dos irmãos se preocuparem um pelos outros e não por si só. O culto já havia terminado e os irmãos estavam desfrutando os quitute feito pela irmã quando o meu celular tocou e era a Daiane informando que as contrações agora não paravam mais, falei para o pastor o que estava acontecendo e o mesmo se prontificou em ir junto comigo levá-la ao hospital.
Fomos pra casa e a Daiane já estava pronta nos esperando, logo partimos para o Hospital de New Rochelle, no caminho as dores ficaram mais intensas, o Mathews estava conosco dentro do carro. Pouco antes de chegarmos ao hospital a bolsa estourou e para mim isso foi um bom sinal, pois, desta forma a atenção no centro médico seria melhor. Ainda dentro do carro parecia que a intranquilidade iria tomar conta de nós porém o pastor começou a entoar cânticos de louvores a Deus e a paz reinou. O percurso de casa ao hospital durou uma média de 30 minutos, a noite estava fria, havia nevado durante o dia e as pistas estavam escorregadias, Deus estava guiando o carro para que nada acontecesse.
Na porta do Hospital fomos atendido por um técnico de enfermagem com a cadeira de rodas que após constatar a emergência, passou um radio pra ala de parto e sem perder tempo nos conduziu. O pastor Marcos se prontificou em ficar com o Mathews naquela noite e eu agradeci muito, não sabia o que fazer de meu filho numa situação desta, mas Deus já havia tocado o coração do pastor.
Que Deus maravilhoso, ao chegarmos a sala do pré-parto encontramos já uma equipe aguardando com tudo preparado, já era mais 23:30h. As enfermeiras colocaram os eletrodos para acompanhar os batimentos cardíacos tanto da criança como da mãe e ainda providenciavam a transferência para a sala de parto quando a Jully “deu as caras” e teve de nascer naquele local. A médica foi chamada para fazer os procedimentos, entretanto, quando chegou a sala o bebê já havia nascido.
Eu estava muito emocionado naquele momento, liguei pro pastor Marcos dando a noticia, ele ficou surpreso pois acabara de nos deixar no hospital e a noticia chegou antes dele entrar em casa. Liguei depois para o irmão de daiane Erlon e ele pode ser o primeiro familiar a ouvir o choro da criança. Que maravilha, como valeu a pena passar por tudo isso e agora ouvir aquele choro, que mais parecia um grito de vitória
Retorno ao Brasil
Nós gostávamos de freqüentar todos os cultos e tinha a Madrugada com Jesus das 05 às 06 da manhã que era benção pura, lá eu conseguia ouvir a voz de deus e resposta para tudo, foi em uma quarta-feira dessas que Deus falou ao meu coração para voltar ao Brasil. Nessa manhã fui ao culto matutino com o coração deprimido, estava passando algo dentro da minha cabeça e pelo que eu me conheço não seria algo que seria da minha vontade. Orei a Deus como é de comum pelos pedidos dos irmãos e pelos dirigentes do país, mas volta e meia eu sentia uma angústia na alma, foi ai que perguntei a DEUS o que estava se passando com a minha alma e de imediato ouvir a voz de DEUS falar nitidamente na minha mente:”VOLTA PARA O BRASIL”.
Fiquei aflito, já estava adaptado, já havia passado o deserto, tudo estava se normalizando, o pastor Marcos havia me colocado no terceiro andar da sua casa, não estava mais passando frio no basement, estávamos trabalhando, não nos faltava nada, a minha família estava vestida e bem. Por que teria de voltar ao Brasil? Quantas famílias desejariam esta em meu lugar? Eu conseguir uma proeza, trouxe toda a família para USA. Naquele momento fiquei sem palavras e depois de uns 3 minutos pedi a Deus que me desse uma prova de que teria de voltar para o Brasil, eu não queria voltar sem uma segurança, já não tinha nenhum sustento, não recebia nenhuma ajuda, o que fazer no Brasil. Mais uma vez a voz falou ao meu coração: “QUANDO ENVIO, GARANTO”. Calei-me e aguardei do Senhor a resposta.
Culto da Madrugada
A tarde quando retornei de um trabalho que estava fazendo fui direto para a Lan House olhar meus e-mails e lá estava uma mensagem de meu irmão Edson (Xexéu) de mais de 04 dias dizendo que a secretaria do prefeito havia ligado pra ele pedindo o meu nome completo pois o prefeito queria me nomear, meu irmão dizia no e-mail que poderia ser trote. Eu dei um aleluia, aquela era a resposta que pedi a deus. Não perdi tempo e liguei para a prefeitura de Salvador na Bahia e ouvir do assessor especial o que eu precisava para confirmar a minha volta para o Brasil, ele disse que eu já havia sido nomeado retroativo ao dia 1 de janeiro e só estava faltando eu chegar para apresentar os documentos e assumir o cargo. Deus mais uma vez provava que Ele estava no controle.
Participei ao pastor Marcos a minha necessidade de retornarmos ao Brasil pois Deus estava nos impulsionando a isso, sem cogitar o reverendo disse que se Deus assim quer não seria ele quem impediria. Logo veio a pergunta do pastor se tínhamos as passagens de volta eu respondi que não e que Deus proveria e mais uma vez o pastor que tem o coração na obra de Deus nos informou que eu não me preocupasse pois a Igreja da fé faria uma campanha e providenciaria todas as passagens e assim o fez.
Depois desta decisão de retornar ao Brasil não demorou muito para marcarmos a data e nesses dias que antecederam recebemos as manifestações de carinho da Igreja da Fé, todos desejavam a nossa permanência e já nos tinha como da família.
Os irmãos
A Igreja da Fé era composta de 35 membros efetivos e alguns itinerantes, era a igreja da família cristã, lá preservava a koynonia entre irmãos, o amor da igreja primitiva, toda semana tinha festa, todos os cultos tinha um social no basement, nem que fosse somente para tomar um café e comer biscoito. Os irmãos eram sempre solidários aos pedidos e campanhas do pastor, mesmo na dificuldade que estavam passando por conta da crise americana eles não deixavam de apoiar e abençoar o ministério.
O interessante é que quem passasse pela frente da igreja em dia de culto ficaria surpreso pela quantidade de veículos, parecia que estava lotada porém, era a prosperidade de Deus na vida da Igreja, todos tinham veiculo novo e costumava a esposa e o márido irem de carros diferentes por causa do trabalho. A ânsia da igreja era a privilegiada, por causa da idade ela tinha um motorista particular que não seria outro a não ser o pastor Marcos. Eu também tive esse privilégio, por residir próximo a irmã Hulda o nosso líder sempre me pegava AM casa para o culto.
Lição
Deus me ensinou a encontrá-lo no deserto, é na aflição que Deus manifesta o seu poder. Aprendi que por pior que pareça ser a angústia, por pior que aparente ser a tempestade, por mais tenebrosa que seja a noite; Deus esta no controle de tudo, o salmo 46 diz: “Deus é o nosso refúgio e fortaleza, socorro bem presente na angústia. Portanto não temeremos, ainda que a terra se mude, e ainda que os montes se transportem para o meio dos mares. Ainda que as águas rujam e se perturbem, ainda que os montes se abalem pela sua braveza. Há um rio cujas correntes alegram a cidade de Deus, o santuário das moradas do Altíssimo. Deus está no meio dela; não se abalará. Deus a ajudará, já ao romper da manhã. Os gentios se embraveceram; os reinos se moveram; ele levantou a sua voz e a terra se derreteu.
O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio. Vinde, contemplai as obras do SENHOR; que desolações tem feito na terra! Ele faz cessar as guerras até ao fim da terra; quebra o arco e corta a lança; queima os carros no fogo. Aquietai-vos, e sabei que eu sou Deus; serei exaltado entre os gentios; serei exaltado sobre a terra. O SENHOR dos Exércitos está conosco; o Deus de Jacó é o nosso refúgio.”
Com essa experiência Deus me fez retornar ao Brasil com uma missão bastante definida; Levar a mensagem que está escrito no livro de Habacuque 3; 17 e 18 – “Porque ainda que a figueira não floresça, nem haja fruto na vide; ainda que decepcione o produto da oliveira, e os campos não produzam mantimento; ainda que as ovelhas da malhada sejam arrebatadas, e nos currais não haja gado; Todavia eu me alegrarei no SENHOR; exultarei no Deus da minha salvação.
DEUS ABENÇOE A IGREJA DA FÉ.
Por:
Pr. Juvânio Araújo da Silva